Prioridade no trânsito de São Paulo deve ser do transporte coletivo

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Matéria do jornal Brasil de Fato sobre o transporte público em São Paulo. Guardadas as proporções as dificuldades são semelhantes às dos maceioenses.

Prioridade no trânsito de São Paulo deve ser do transporte coletivo

por Admin última modificação 05/03/2010 11:20

Especialistas em transporte apontam como solução à questão da mobilidade urbana na capital paulista a priorização do transporte público através da ampliação dos corredores de ônibus

04/03/2010

Michelle Amaral,

da Redação

A priorização do transporte individual sobre o transporte coletivo é apontada por especialistas como a principal causa para o problema da mobilidade urbana na cidade de São Paulo. Os paulistanos enfrentam diariamente longos congestionamentos, principalmente nos horários de pico, devido ao excesso de veículos que transitam na capital paulista.

Para resolver o problema do trânsito, o governo do estado e a prefeitura têm investido bilhões na construção de pontes, túneis e vias, a fim dar maior fluidez ao tráfego de automóveis.

No entanto, especialista alertam que de nada adianta se ampliar a malha viária sem que se promova o desestímulo ao uso do automóvel, porque quanto mais espaço se dispor, mais automóveis o ocuparão. A solução, segundo eles, é se priorizar o transporte coletivo.

Para além da construção de modernas estações de metrô e ampliação da malha metroferroviária, porém, como tem sido feito pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o prefeito Gilberto Kassab (DEM) para solucionar a questão da mobilidade na metrópole, estes especialistas alegam que a saída, a curto e médio prazo, está na construção e ampliação de corredores exclusivos de ônibus.

Mais corredores

Horácio Augusto Figueira, consultor em engenharia de tráfego e transporte, lembra que a população que utiliza o ônibus é a mais afetada, quando o assunto é o trânsito. Além da superlotação dos ônibus municipais, os paulistanos têm de enfrentar longos períodos a bordo dos coletivos, presos nos engarrafamentos da capital paulista, sem previsão de chegada ao destino.

“O sistema está muito ruim. Não se tem a confiabilidade da chegada do ônibus no ponto num horário supostamente previsto, as frequências não são adequadas à demanda, na maioria das linhas nos horários de pico têm superlotação. E, depois que você conseguiu embarcar [no ônibus], você não tem a mínima garantia do tempo de percurso dessa linha ao longo da rota”, relata Figueira.

Segundo o consultor, falta vontade política da atual gestão municipal para ampliação da malha viária destinada aos ônibus. “Quer dizer, se vai gastar 2 bilhões em túnel, ponte, viaduto, em aumento de pistas para os automóveis, para os táxis e para as motos. E o ônibus, parece que a tendência é para acabar”, protesta.

Lúcio Gregori, engenheiro e ex-secretário municipal de transportes (1990-1992), chama a atenção para a desigualdade na utilização do espaço urbano. O espaço que quatro carros ocupam em uma rua é o mesmo espaço ocupado por um ônibus. “Considere-se que um ônibus transporta cerca de quarenta passageiros e um automóvel pouco mais de um, em media. Dá para perceber a quantidade de espaço urbano ocupado por um e outro”, relativiza.

No mesmo sentido, Figueira explica que em uma faixa exclusiva de ônibus, em horários de alta frequência, como nos horários de pico, leva-se de 10 a 12 mil pessoas por hora, em cada sentido. Já em uma faixa de automóveis, passam cerca de 800 automóveis por hora, cada um podendo levar no máximo quatro pessoas, sendo assim, são transportadas por hora 3.200 pessoas.

A cidade de São Paulo possui hoje dez corredores de ônibus, que juntos somam 118,9 km, em meio a uma malha viária de 17.282 km.

Devido à precariedade do sistema de transporte por ônibus, Figueira alerta que “as pessoas estão saindo do ônibus, e indo de moto e automóvel, o que é extremamente perverso para a cidade de São Paulo”.

Sistema caro e ineficaz

No início deste ano, a passagem dos ônibus municipais teve um aumento de 17,4%, indo de R$ 2,30 para R$ 2,70, passando a figurar entre as tarifas mais caras de todo país.

De acordo com Figueira, o alto custo do sistema, alegado pela administração municipal e as concessionárias para o aumento, está relacionado à sua ineficiência, principalmente ao entravamento causado pelo trânsito. “Se um ônibus consegue fazer quatro viagens redondas, ida e volta, numa linha por dia, com aumento da velocidade o mesmo veículo ia conseguir fazer cinco viagens, você teria um acréscimo de produtividade sem aumentar um ônibus a mais na cidade de São Paulo”.

O consultor em engenharia de tráfego e transporte afirma que, de acordo com uma pesquisa feita pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), em 35% da quilometragem das vias pesquisadas pelo órgão, a velocidade dos ônibus é abaixo de 15 quilômetros por hora, e em trechos “críticos” chega a menos de 10 quilômetros por hora.

“Eu tive acesso a um relatório da CET de desempenho do sistema viário de 2008 e eles medem a velocidade trecho a trecho desde o Jabaquara até a Paulista, e os ônibus se arrastam ali a 8, 9, 10 e 12 km por hora de manhã e a tarde”, completa.

Baixo custo

Em relação às obras realizadas na malha metroferroviária, o custo da realização de mais corredores de ônibus é relativamente mais baixo, de acordo Figueira.

Ele explica que não são necessários investimentos milionários para que se façam mais corredores de ônibus. “Tem centenas de locais em que seria preciso ter uma faixa exclusiva [de ônibus], ou à direita ou à esquerda, operando em caráter preliminar, com cones. Não precisaria de obras, não precisaria gastar milhões de reais, não precisaria de nada disso”, defende o consultor.

Segundo Lúcio Gregori, “os transtornos, as dificuldades da construção e os custos elevadíssimos tornam impossível pensar [na capital e região metropolitana de São Paulo] em redes de metrô de 400 a 500 quilômetros como Paris, Londres, New York. Mesmo assim [estas cidades] têm engarrafamentos de trânsito, sobretudo para quem não abre mão do uso do automóvel”.

Figueira alerta que é preciso vontade política para se reservar mais faixas exclusivas para os ônibus. “Se a prefeitura ainda está preocupada em resolver problema de congestionamento de automóvel e não está preocupada em resolver problema de congestionamento de ônibus, algo está errado nessa história aí. Ou se foca a solução coletiva, em favor do maior número de pessoas, ou ainda está se dando um voto a favor de você comprar um carro ou uma moto para entupir mais a cidade”, protesta.

FONTE: http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/nacional/prioridade-no-transito-de-sao-paulo-deve-ser-do-transporte-coletivo/view



Exibição do documentário A Revolta do Buzu na UFAL

Posted by | Posted in , , | Posted on 07:04


Nesta quarta-feira (10), o Coletivo Popular em Defesa do Transporte Público realizou sua primeira atividade para a população de Maceió. O alvo foram estudantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) que puderam assistir a uma versão resumida do documentário A Revolta do Buzu, do cineasta argentino Carlos Pronzato. O espaço deu ainda oportunidade para explicar a atuação do recémcriado Coletivo Popular.

Estudantes debatem transporte público na UFAL

Posted by | Posted in , , | Posted on 04:07


Nesta quarta-feira (10), a partir das 17h, o documentário A Revolta do Buzu será exibido no auditório da Biblioteca Central da Universidade Federal de Alagoas. A atividade será realizada pelo recém criado Coletivo Popular em Defesa do Transporte Público (Coletivo Popular) e tem o objetivo de fomentar a discussão entre a população sobre as melhorias do transporte coletivo da cidade de Maceió.

A Revolta do Buzu foi produzido pelo cineasta e documentarista argentino Carlos Pronzato e trata das históricas manifestações populares em Salvador que contaram com a participação de centenas de habitantes que lutaram por melhorias no sistema de transporte coletivo. Tudo começou quando o prefeito da cidade na época anunciou que aumentaria o preço da tarifa de ônibus e muitos estudantes, com pais desempregados, decidiram se mobilizar para impedir o reajuste.

A partir disso, desenrola-se todo o processo de luta daqueles estudantes que ainda conseguiram sensibilizar parte da população e negociar com o prefeito de Salvador 7 de 8 pautas reivindicadas que traziam melhorias para o sistema de transporte coletivo. Uma lição para outras capitais e cidades que também sofrem com linhas sucateadas, tarifas altas e ônibus sempre lotados.

Após a exibição do documentário, será realizado um debate sobre as condições do transporte coletivo de Maceió e será falado um pouco sobre a construção do Coletivo Popular na cidade. A entrada é gratuita e aberta a toda a população.

Além deste evento, o Coletivo Popular pretende ampliar a realização desta atividade para outros locais como o CESMAC, a FITS e outras faculdades, além do CEFET, do CAGB, contado também com sessões de cinema populares nos bairros da capital todos através das suas associações de bairro.

Coletivo Popular

O Coletivo Popular de Maceió foi criado com o intuito de construir campanhas de conscientização e discussão acerca do transporte público na capital alagoana. Após as declarações do prefeito Cícero Almeida, avisando que mais uma vez aumentará o preço da tarifa de ônibus no segundo semestre, cabe a população questionar se os aumentos realmente refletem num serviço digno à população.

Assim, o Coletivo Popular lutará para que a população maceioense reflita sobre um tema tão importante e fundamental para todos, desde estudantes aos trabalhadores que dependem do transporte coletivo. Qualquer pessoa pode integrar o Coletivo e participar das reuniões. Basta acessar o blog www.coletivopopulardtp.blogspot.com e se informar sobre os horários das reuniões.

O que? Exibição do documentário A Revolta do Buzu, de Carlos Pronzato.
Quando? Quarta-Feira, 10 de Março, 17h.
Onde? Auditório da Biblioteca Central, UFAL.
Quanto? Gratuito.

Coletivo Popular em Defesa do Transporte Público

Posted by | Posted in , , , , , | Posted on 06:28



COLETIVO POPULAR EM DEFESA DO TRANSPORTE PÚBLICO

Durante anos os habitantes de Maceió que necessitam do transporte coletivo para a sua locomoção têm tido um de seus direitos mais básicos atacado. Os aumentos no preço das passagens de ônibus já se tornaram fato corriqueiro, quase uma data obrigatória no calendário da cidade. Os sucessivos governos municipais não pouparam a população da ganância dos empresários do setor de transportes, defendendo sempre seus lucros e nunca as necessidades do povo.

Os últimos aumentos foram feitos em datas festivas, como o Ano Novo e o Carnaval, com o objetivo de evitar a mobilização da população contra essa medida. Assim, as tentativas de defender o direito da população contra os aumentos foram, durante todos estes anos, articulados em cima da hora, somente depois que a Prefeitura já havia sancionado o aumento. Isto tornou a luta pelo congelamento da tarifa de ônibus quase impossível.

Neste ano, algo de novo aconteceu. O aumento das passagens de ônibus, que costuma ser efetivado pelo governo municipal nos primeiros meses do ano, foi adiado. O prefeito Cícero Almeida já declarou que pretende fazer com que a tarifa suba novamente no final do primeiro semestre. Este atraso no aumento não foi feito por interesse da população, mas por conveniências eleitoreiras. Apesar disto surge uma nova oportunidade de superar a falta de organização da população de Maceió para a defesa de seus direitos no que diz respeito ao Transporte Coletivo.

É com esse panorama que se fundou o Comitê Popular em Defesa do Transporte Público. O objetivo é organizar de forma permanente um pólo que defenda a melhoria significativa do Transporte Coletivo na cidade de Maceió. Mas esta luta não renderá frutos sem a participação de cada segmento da população, de entidades sindicais a associações de bairros, passando por estudantes e categorias de trabalhadores.


Com o atraso do aumento, a população tem a chance de construir uma verdadeira campanha de conscientização e mobilização relativas às dificuldades do transporte público em nossa cidade. Para tanto, este trabalho deve começar o quanto antes e contar com toda a força disponível. Afinal, não devemos apenas lutar contra o aumento da passagem, mas também por todo um conjunto de mudanças na qualidade do transporte coletivo de Maceió.

Por isto, fazemos este chamado a todos aqueles que não mais aceitam os abusos cometidos pelos empresários do transporte coletivo de Maceió.


Lutamos por nosso direito de ter garantida nossa ida para os locais de trabalho e estudo!


Lutamos por nosso direito de acesso à dignidade e ao lazer!


Entendemos que esta luta passa pela reivindicação por um transporte verdadeiramente público e de qualidade para todos!


Comitê Popular em Defesa do Transporte Público.


Próxima reunião: Sábado, 15 de Março, 18h, na sede do Sindicato dos Petroleiros, Centro.